1,157,900
1,157,9
276,400
276,4
56,200
56,2
14,300
14,3
7,540
7,54
3,840
3,84
1,370
1,37
670
67
A assistência médica é escassa ou inexistente em muitas partes do país. Estima-se que menos da metade da população tenha acesso a serviços médicos adequados. Cerca de 80% dos serviços são prestados por organizações não governamentais (ONGs), como Médicos Sem Fronteiras (MSF).
Em 2018, respondemos às necessidades médicas urgentes de pessoas afetadas pela violência, mantendo serviços essenciais de saúde por meio de 16 projetos em todo o país, mas, como nos anos anteriores, os repetidos ataques diretos à equipe e a instalações de saúde prejudicaram as atividades em 2018.
Assistência a pessoas deslocadas e comunidades remotas
Em Old Fangak, uma região remota e pantanosa no norte do país, mantemos a única unidade de saúde secundária, que atende às muitas pessoas deslocadas que se instalaram lá. Nossas equipes também viajaram de barco para as comunidades vizinhas, para levar clínicas móveis e organizar encaminhamentos hospitalares, além de manter postos de saúde comunitários em locais remotos ao redor de Lankien e Pieri.
Após um surto de violência dentro da comunidade em Ulang, o que fez com que pessoas se deslocassem, começamos a oferecer atendimento de emergência e de internação em uma unidade de saúde local e encaminhamento de pacientes com complicações para Malakal e Juba.
Ainda mais ao norte, em Aburoc, continuamos a apoiar uma unidade de internação de 12 leitos com atendimento de emergência, serviços ambulatoriais e tratamento para sobreviventes de violência sexual, enquanto também tratamos doenças comuns, como diarreia e malária no nível comunitário.
No sul, apoiamos centros de saúde primária em Yei e na unidade de pediatria do hospital estadual, que atendem a comunidades locais e pessoas deslocadas. Também temos equipes trabalhando em três instalações em Pibor, incluindo um centro de saúde com capacidade cirúrgica. Apoiamos um centro de saúde primária na cidade de Mundri e mantemos postos de saúde comunitária em locais remotos ao redor de Mundri.
Em dezembro, repassamos para outras organizações nossas clínicas móveis em Akobo e uma unidade de saúde primária que construímos em Kier. Trabalhando em áreas de difícil acesso sem outros serviços médicos, nossas equipes trataram mais de 50 mil pacientes e garantiram centenas de encaminhamentos para a atenção secundária entre o fim de 2017 e o fim de 2018.
Campos de proteção de civis (PoC, em inglês)
Os campos PoC no Sudão do Sul estão em operação há mais de cinco anos, depois que as pessoas que fugiram do conflito buscaram segurança nas bases existentes da Organização das Nações Unidas (ONU). Esses campos proporcionam proteção às populações vulneráveis, que, fora deles, estariam expostas à violência armada. As más condições de vida, a violência contínua e o trauma mental criaram enormes necessidades médicas no maior campo PoC do país, em Bentiu. Nosso hospital de 160 leitos é o único provedor de serviços de saúde secundária dentro do PoC, incluindo cirurgia e atendimento especializado para recém-nascidos e partos complicados. Em 2018, tratamos 398 sobreviventes de violência sexual e de gênero no PoC e em uma clínica na cidade de Bentiu. Quase um terço de todos esses casos ocorreu em um período de apenas algumas semanas após um ataque contra mulheres e meninas no distrito de Rubkona, em novembro de 2018. Também montamos seis pontos de tratamento de malária e atendemos 38 mil pacientes após aumento acentuado dos casos de malária em julho.
No campo PoC de Malakal, que abriga cerca de 29 mil pessoas, mantemos uma instalação de 40 leitos, que oferece atendimento de emergência, tratamento para tuberculose (TB), calazar (leishmaniose visceral) e HIV, bem como serviços de saúde mental. Nossas equipes documentaram um aumento alarmante no número de tentativas de suicídio em 2018, evidência das consequências do deslocamento prolongado, desemprego e perspectivas limitadas. Também trabalhamos na cidade de Malakal, oferecendo os mesmos serviços que no PoC, com a adição de cuidados neonatais e obstétricos, inclusive para partos complicados.
Saúde materno-infantil
No hospital estadual de Aweil, mantemos as enfermarias de pediatria, neonatologia, maternidade e queimaduras, a sala de emergência e unidade de terapia intensiva, e um centro de alimentação terapêutica para pacientes internados. A maternidade atingiu sua capacidade máxima em setembro; ao longo do ano, nossas equipes assistiram 5.275 partos, incluindo 174 cesarianas.
Nosso hospital de 80 leitos em Lankien também oferece assistência obstétrica e pediátrica, suporte nutricional e tratamento para vítimas de violência sexual e de gênero, bem como tratamento para HIV, TB e calazar.
Apoiando ex-crianças-soldado
As crianças têm sido usadas como soldados em todo o Sudão do Sul e esforços estão sendo feitos para reintegrá-las em suas comunidades. Em fevereiro, iniciamos um programa-piloto que oferece assistência médica e mental a ex-crianças-soldado, 949 das quais foram reintegradas em suas comunidades em Yambio, em 2018.
Respondendo a epidemias
Tratamos mais de 37 mil pacientes de malária em nosso projeto em Lankien, em 2018, e ampliamos o tratamento de malária no hospital de Aweil em resposta a um pico sazonal. Além disso, apoiamos o Ministério da Saúde na vacinação de quase 23 mil crianças durante um surto de sarampo em Aweil e na realização de uma campanha preventiva de vacinação contra a cólera que alcançou mais de 200 mil pessoas em Juba.
Refugiados sudaneses
Em Maban e nos arredores, ajudamos os refugiados sudaneses e a comunidade local por meio de nossas atividades no campo de refugiados de Doro e apoiamos o hospital estadual Bunj. Também mantivemos um departamento de internação de 15 leitos para refugiados em Yida, mas repassamos nosso programa de tratamento de HIV/TB para outra organização em maio de 2018.
Área Administrativa Especial de Abyei (AAEA)
Em Agok, terminamos a reforma e a ampliação de nosso hospital, a única instalação de saúde secundária na área do território em disputa entre o Sudão e o Sudão do Sul. Também retomamos nosso projeto comunitário de malária no início do pico da doença, tratando mais de 25 mil pacientes em 23 vilarejos vizinhos, entre junho e dezembro, e encaminhando casos graves para o hospital. Em resposta ao deslocamento causado por inundações graves em uma estação de chuva geralmente pesada, enviamos equipes móveis na parte sul da AAEA para oferecer assistência médica e distribuir itens de ajuda.
Ataques à saúde
Em abril, uma de nossas equipes médicas móveis em Mundri foi vitimada por um violento assalto à mão armada, o que nos obrigou a suspender todas as atividades na área por várias semanas. Também suspendemos todas as atividades em Maban, exceto o tratamento vital essencial, após um violento ataque ao escritório e complexo de MSF em julho, mas em meados de setembro tínhamos retornado com plena capacidade.
Nos municípios de Mayendit e Leer, milhares de civis fugiram para o pântano e a mata para escapar dos violentos confrontos, em abril e maio. Nossas unidades de saúde também foram atacadas e saqueadas, mas nossas equipes continuaram a prestar assistência médica básica às pessoas que puderam ser alcançadas.