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Drupal\Core\StackMiddleware\NegotiationMiddleware->handle(Object, 1, 1) (Line: 36)
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Drupal\Core\StackMiddleware\StackedHttpKernel->handle(Object, 1, 1) (Line: 741)
Drupal\Core\DrupalKernel->handle(Object) (Line: 19)
2018 Union Conference - Johnson & Johnson (J&J) protest
Relatório Anual 2018

Tuberculose resistente a medicamentos: da desesperança à cura

Embora muitos acreditem ser uma doença do passado, a tuberculose (TB) mata mais pessoas hoje do que qualquer outra doença infecciosa e é uma das 10 principais causas de mortalidade em todo o mundo. Estima-se que 1,6 milhão de pessoas morram de TB a cada ano, o que equivale a uma espantosa perda de 4.400 vidas todos os dias. Líderes mundiais estabeleceram metas ambiciosas para combater a doença, mas a resposta internacional a essa crise global está vergonhosamente fora de compasso.

A TB resistente a medicamentos (TB-DR) — causada por bactérias que não respondem ao tratamento-padrão da TB — é um problema particularmente preocupante e crescente em muitos dos locais onde Médicos Sem Fronteiras (MSF) atua. Até muito recentemente, as opções de tratamento recomendadas globalmente, disponíveis para as pessoas com TB-DR, levavam até dois anos para conclusão, além de incluir até 14.600 comprimidos e dolorosas injeções diárias, que causavam efeitos colaterais devastadores, como surdez e psicose. Além disso, as taxas de cura eram muito baixas para a TB multirresistente (TB-MDR) e a TB ultrarresistente a medicamentos (TB-XDR), cepas da doença que não respondem a um número cada vez maior de fármacos. Atualmente, existem novas opções de tratamento, que podem impedir mortes por causa dessas formas de TB, mas pouquíssimas pessoas as estão recebendo.

Depois de perder sua mãe para a TB-MDR há cinco anos, Ankita Parab descobriu que também estava infectada com a doença. Após dois anos de tratamento árduo, ela foi declarada curada. Posteriormente, seu irmão também adoeceu com TB-MDR. Em 2016, quando o estado de seu irmão piorou, o médico o encaminhou para a clínica de TB de MSF em Mumbai, na Índia, onde ele iniciou imediatamente um esquema de tratamento, que incluía os novos medicamentos para TB. Ankita também foi testada para TB por rastreamento de contato, um dos serviços preventivos que MSF oferece a todos os membros da família que vivem com pessoas diagnosticadas com TB. Os resultados foram um choque terrível para ela. Apesar de seu tratamento anterior, Ankita desenvolveu TB-XDR — a forma mais grave da doença.

Embora nossa equipe em Mumbai tenha iniciado os dois irmãos no tratamento mais recente ao mesmo tempo, tragicamente a doença do irmão de Ankita estava avançada demais e ele morreu logo depois. A morte do irmão e seu novo diagnóstico foram um duplo golpe para Ankita. Ela se lembra de pensar: “Ele começou o tratamento no mesmo lugar; então, se isso pode acontecer com ele, pode acontecer comigo também, eu não sou especial. Ele se cuidou melhor do que eu já cuidei de mim.”

Pode ser extremamente difícil para as pessoas concluírem regimes longos e tóxicos de tratamento de TB-DR sem encorajamento e apoio consistentes, particularmente quando confrontadas com dificuldades pessoais, como a perda de um membro da família, o desemprego ou a exclusão social pelo medo da doença por parte de outras pessoas. O apoio psicossocial abrangente — incluindo a ajuda para abordar questões de saúde mental, como ansiedade e depressão — é um dos pilares dos programas de tratamento de TB de MSF em todo o mundo.
Com o apoio da família, dos amigos, da equipe médica e dos conselheiros de MSF, Ankita completou os dois anos de tratamento de TB-XDR em maio de 2018 e foi declarada curada. Testes de acompanhamento em novembro confirmaram que não houve reincidência ou recorrência de TB.

A chave do tratamento bem-sucedido de Ankita foi o uso de um dos medicamentos mais novos, que melhoram significativamente as taxas de cura da TB-DR e causam menos efeitos colaterais. No entanto, esses medicamentos — bedaquilina e delamanida — permanecem inacessíveis para a grande maioria das pessoas elegíveis para recebê-los. Em 2018, as equipes médicas de MSF e a Campanha de Acesso de MSF intensificaram o trabalho, para superar esse terrível obstáculo ao acesso por meio de pesquisa clínica e articulação direcionada para promover o tema.

2018 IAR TB Feature – Patient Profile
Ankita Parab em sua casa em Mumbai, Índia, em abril de 2019.
Abhinav Chatterjee

Uma barreira para melhorar o cuidado origina-se na combinação de medicamentos que é necessária para formar esquemas efetivos de tratamento de TB-DR. Contudo, as empresas farmacêuticas desenvolveram bedaquilina e delamanida isoladamente e não aprofundaram estudos de segurança e eficácia usando-as em combinação com os medicamentos existentes. Esse modelo predominante de pesquisa e desenvolvimento causa perda de oportunidades e atrasa excessivamente a obtenção de melhores opções de tratamento para as pessoas.

Para melhorar as chances de sobrevivência das pessoas sob nossos cuidados, MSF está conduzindo uma pesquisa decisiva em conjunto com organizações parceiras para desenvolver uma base de evidências do valor terapêutico dos tratamentos mais recentes de TB-DR. Esses ensaios só serão concluídos em 2022; no entanto, com base em dados de monitoramento de segurança de medicamentos e pesquisa operacional em ambientes clínicos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou novas recomendações de tratamento de TB-DR em 2018, que incluem o uso do novo medicamento bedaquilina.

Embora a indústria farmacêutica Johnson & Johnson (J&J) detenha patentes sobre a bedaquilina, ela é apenas uma das contribuições para o amplo esforço coletivo que permitiu o desenvolvimento do medicamento e a demonstração de seu valor terapêutico. O apoio também veio de financiamento público e filantrópico e de uma comunidade de TB desesperada para oferecer melhores opções de tratamento para pessoas com TB-DR. Quando o uso da bedaquilina foi autorizado pela primeira vez em 2012, foi o primeiro medicamento para combate de TB-DR a ser desenvolvido em mais de 40 anos. Porém, no fim de 2018, apenas 28.700 pessoas receberam esse medicamento em todo o mundo — menos de 20% das pessoas que poderiam ter sido beneficiadas.

Com base na alarmante necessidade médica não atendida e no controle indevido e monopolista da J&J sobre o acesso e os preços da bedaquilina, MSF manifestou-se em 2018 para persuadir a empresa a tomar medidas rápidas, para garantir o acesso ao medicamento a todos aqueles que necessitam dele para sobreviver. Destacando o esforço conjunto que estabeleceu o valor clínico da bedaquilina e uma análise que mostra que esse medicamento pode ser fabricado e vendido — com lucro — por apenas 25 centavos de dólar (cerca de 1 real) por dia, pedimos permissão à J&J para produzir versões genéricas mais acessíveis do medicamento e diminuir o preço da bedaquilina para não mais do que 1 dólar (cerca de 4 reais) por dia. Em outubro, MSF juntou-se a outras organizações da sociedade civil para interromper a cerimônia de abertura da 49a Conferência da União Mundial sobre Saúde Pulmonar, em Haia, a fim de reiterar esses apelos. E antes da primeira Reunião de Alto Nível das Nações Unidas sobre Tuberculose, em setembro, pedimos aos líderes mundiais que traduzissem seus ambiciosos compromissos para combater a TB em ações corajosas e genuínas para salvar vidas, incluindo a ampliação do uso de remédios existentes e testes de diagnóstico, além de desenvolver e fornecer ferramentas mais rápidas, seguras e simples para o futuro.

À medida que continuarmos nossos esforços para oferecer o melhor tratamento possível de TB para as pessoas sob nossos cuidados, também manteremos nossa pressão sobre os governos e as empresas farmacêuticas, para que cumpram seus compromissos de reduzir o sofrimento e a morte por causa dessa terrível doença.

MSF ofereceu tratamento para TB a 19.400 pacientes em 2018, incluindo 2.840 com TB-DR. A Campanha de Acesso de MSF foi lançada em 1999, para incentivar o acesso e o desenvolvimento de medicamentos que salvam vidas, bem como testes de diagnóstico e vacinas para pessoas sob os cuidados de MSF e além.

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